terça-feira, 23 de agosto de 2011

DIA DA SAUDADE


Hoje acordei com tanta saudade...saudade do Manoel, que em vida, foi o meu melhor amigo, saudade do meu marido que está longe, fazendo um curso de formação profissional, saudade dos dias felizes da minha infância numa cidadezinha do interior, saudade da minha professora do primeiro ano primário... É provável que essas emoções e lembranças tenham sido despertadas pela condição atual do meu pai, pois a  maior saudade que sinto é do homem que ele foi, antes de ser acorrentado a uma cama pelo câncer. Tenho pensado muito no modo como o nosso instinto de sobrevivência nos conduz à adaptação. Apesar de conhecer e ter vivenciado essa habilidade humana de adequar-se às circunstâncias, por mais penosas que elas sejam, meu coração se enche de pesar pela dor extrema daqueles que perderam seus filhos, porque o meu espírito não é capaz de vislumbrar dor maior nem mais doída e, custa-me crer que até um acontecimento dessa natureza seja absorvido. Em casos assim, a saudade é o elo entre os que ficaram e os que se foram, a saudade é o amor que perdura.
Que mal há em sentir saudade?

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