quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

POR ONDE ANDARÁ A TAL CIDADANIA?

Há certos acontecimentos e determinadas atitudes que nos causam extrema indignação. Foi o que ocorreu comigo hoje no local onde fui buscar orientações sobre o novo plano de carreira do professor. A primeira funcionária a quem interpelei atendeu-me com uma má vontade flagrante. Já a segunda, atendeu-me como se fosse um zumbi (tanto eu quanto ela). Não deu outra. Entrei e falei com uma terceira pessoa a quem expus a minha revolta. " -Onde já se viu, falei - dispensar um atendimento assim inadequado e desrespeitoso justamente aos educadores, cuja obrigação principal é formar cidadãos conscientes? Que cidadão é este que se pretende que eu vá formar, se todas as falas e ações a mim dirigidas usurpam o meu munus de cidadã, se o tratamento que recebo põe em evidência a minha fragilidade diante de um sistema que não respeita os meus direitos mais comezinhos? Durante quase uma hora aguardei para ser atendida por um funcionário habilitado e, educado(porque, felizmente, lá há também gente assim, que nos trata com educação). É claro que não consegui falar com ele, pois o tempo exíguo e o sentimento de impotência crescente me enxotaram do tal lugar antes que pudesse contatá-lo.
Vim para casa pensando com os meus botões: "pois é, minha cara, este mundo tão vasto está repleto de gente que diz "faça o que digo, não faça o que faço!" E me recordei de um outro ditado, não menos caro: "as palavras soam, os exemplos retumbam."
Não me julguem com severidade e sem conhecimento de causa. Por favor, não suponham que tais sentimentos são frutos de ânimos exaltados, ou de uma visão distorcida dos fatos, porque o mea culpa que fiz antes de expor os meus pensamentos marcou cada palavra aqui registrada com o sinete da veracidade. Estou absolutamente convicta daquilo que falo.
E naõ, não estou clamando por um tratamento diferenciado, cerimonioso. O que quero, o que exijo, é o tratamento que mereço, que todos nós, enquanto cidadãos e pagadores de impostos merecemos. O que diriam aqueles mesmos funcionários se estivessem aguardando por um atendimento na fila de um banco? Não seriam eles assaltados pelos mesmos sentimentos e cosntatações que ora me provocam dissabores? E se alguém os atendesse do mesmo modo como fui atendida, a que conclusões chegariam? Certamente eles se dariam conta da sua condição de sujeitos espoliados daquile que constitui o seu direito mais simples: o de ser tratado como gente!

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