Em todas as salas de aula pelo mundo afora sempre haverá aquele aluno que, por uma razão ou outra se destaca. Na minha não foi diferente. Ninguém se esquecerá do nosso amigo Rafael, tampouco do seu amor pelo conhecimento, do seu afinco em estudar, do carinho e respeito com que sempre tratou a todos, colegas e professores. É raro nos depararmos com tantas virtudes concentradas num homem tão jovem. O Rafael fez o concurso da UEM para o mestrado em educação e passou, obviamente. Leiam o texto dissertativo que ele escreveu na prova. Não se trata, como ele mesmo declarou, de um dos seus melhores escritos e, nós sabemos disso. Entretanto, o amigo esqueceu-se de mencionar o tempo exíguo para desenvolver o tema e, pior que isso, a pressão imposta pela situação. Apreciem, pois, meus caros, o resultado do estudo e da leitura na formação de uma mente jovem e brilhante como a do nosso amigo RAFAEL SANTIN.
Educação, mídia e formação humana na sociedade da informação e do conhecimento.
A educação é um processo com o qual as sociedades se preocuparam ao longo da história. Com efeito, segundo Émile Durkheim, a educação consiste na ação que os adultos realizam sobre os mais jovens com o fim de prepará-los para a vida em sociedade. Nesse sentido, este importante sociólogo do século XIX afirma que o processo educativo dá-se de maneira diversa nas diferentes civilizações. Os atenienses, por exemplo, preocupavam-se em formar o cidadão da polis e, por isso, privilegiavam alguns princípios, valores, normas e conhecimentos a serem transmitidos às novas gerações, de modo que a própria sociedade da qual faziam parte se conservasse e desenvolvesse.
Nesta perspectiva, podemos refletir sobre a educação no contexto da sociedade ocidental contemporânea. Evidentemente, a discussão sobre a educação na atualidade é vasta e complicada, refletindo a complexidade do próprio fenômeno. Um dos aspectos bastante importante é a formação do ‘usuário’ das tecnologias de informação e comunicação. Alguns autores, como Nelson Pretto e Vani Kenski, analisam este tópico numa perspectiva crítica, ressaltando que o próprio uso de novas tecnologias na escola evidencia a preocupação equivocada de educar os homens para ‘consumir’ as tecnologias e as informações. Pretto afirma que, diante disso, é preciso mudar a forma de educar, considerando o acelerado processo de inovação tecnológica e de disseminação de informações como parte do movimento histórico da sociedade contemporânea. Entendemos que isto significa não negligenciar a necessidade de formar o homem em sua totalidade.
Para pensarmos a formação humana na perspectiva da totalidade, recorremos outra vez às idéias de Durkheim.
Em Educação e Sociologia, Durkheim afirma que a educação é um processo uno e múltiplo ao mesmo tempo. Uno porque tende transmitir princípios e conhecimentos necessários a todos os indivíduos que compõem uma sociedade e múltipla porque as pessoas ocupam diferentes lugares e desempenham diferentes funções. Assim, na perspectiva deste autor, a educação teria uma dimensão geral e outra particular, relacionadas no sentido de que ambas são essenciais para a organização social.
Entendemos que é um erro transpor para a contemporaneidade o pensamento de um autor do século XIX. De acordo com Marc Bloch, importante historiador do século XX, é equivocado considerar que estudar o passado pode fornecer-nos subsídios para resolvermos os problemas do presente. Contudo, autores clássicos, como Durkheim, podem nos ajudar a refletir sobre o homem e a sociedade naquilo que têm de essencial.
Deste modo, considerando o grande avanço tecnológico alcançado, observamos que a relação entre educação, mídia e formação humana é fundamental. Contudo, para os propósitos deste texto, ressaltamos um aspecto particular: a importância de não esquecermos a dimensão humanizadora do processo educativo.
Para isso, recorremos a um clássico do pensamento ocidental: Tomás de Aquino. Compreendemos que as idéias deste teólogo dominicano do século XIII pode nos ajudar a refletir sobre a formação humana.
Terezinha Oliveira afirma que Tomás de Aquino foi um pensador preocupado com a organização da cidade no século XIII. Por isso, discutiu, por exemplo, sobre a necessidade de os homens aprenderem a ser caridosos para o bem viver na cidade, caracterizada pela diversidade. Por isso, há em Tomás de Aquino a preocupação com a formação do homem em sua totalidade.
De acordo com Etienne Gilson, este teólogo buscou em Aristóteles a idéia de que o homem é uma totalidade de corpo e alma, de intelecto e de vontade. Além disso, acreditava também que o ser humano não nasce pronto e acabado. O homem é, pois, um animal que precisa ser educado para tornar-se homem.
Em Do governo do príncipe, mestre Tomás afirma, fundamentado em Aristóteles, que o homem tem que recorrer à razão para garantir sua sobrevivência, pois não é naturalmente dotado dos recursos para esta tarefa. Deste modo, o conhecimento é essencial para o homem, para que possa viabilizar a própria existência. Porém, o homem não nasce com o conhecimento, como ressaltamos acima.
Nesse sentido, podemos verificar que, de acordo com mestre Tomás, a educação adquire um caráter humanizador, no sentido de que este processo proporciona ao homem o movimento pelo qual pode desenvolver a razão, o conhecimento.
Sabemos que o homem de que fala o teólogo/filósofo é o homem citadino do século XIII, mas as sua reflexões nos remetem às questões mais amplas sobre a formação humana.
Assim, devemos pensar sobre o homem que queremos para a sociedade contemporânea, marcada pelo grande desenvolvimento técnico. Entendemos que este processo de aprimoramento tecnológico não deve absorver a importância de uma educação voltada para a humanização, compreendida como a formação do homem em sua totalidade. RAFAEL SANTIN
Educação, mídia e formação humana na sociedade da informação e do conhecimento.
A educação é um processo com o qual as sociedades se preocuparam ao longo da história. Com efeito, segundo Émile Durkheim, a educação consiste na ação que os adultos realizam sobre os mais jovens com o fim de prepará-los para a vida em sociedade. Nesse sentido, este importante sociólogo do século XIX afirma que o processo educativo dá-se de maneira diversa nas diferentes civilizações. Os atenienses, por exemplo, preocupavam-se em formar o cidadão da polis e, por isso, privilegiavam alguns princípios, valores, normas e conhecimentos a serem transmitidos às novas gerações, de modo que a própria sociedade da qual faziam parte se conservasse e desenvolvesse.
Nesta perspectiva, podemos refletir sobre a educação no contexto da sociedade ocidental contemporânea. Evidentemente, a discussão sobre a educação na atualidade é vasta e complicada, refletindo a complexidade do próprio fenômeno. Um dos aspectos bastante importante é a formação do ‘usuário’ das tecnologias de informação e comunicação. Alguns autores, como Nelson Pretto e Vani Kenski, analisam este tópico numa perspectiva crítica, ressaltando que o próprio uso de novas tecnologias na escola evidencia a preocupação equivocada de educar os homens para ‘consumir’ as tecnologias e as informações. Pretto afirma que, diante disso, é preciso mudar a forma de educar, considerando o acelerado processo de inovação tecnológica e de disseminação de informações como parte do movimento histórico da sociedade contemporânea. Entendemos que isto significa não negligenciar a necessidade de formar o homem em sua totalidade.
Para pensarmos a formação humana na perspectiva da totalidade, recorremos outra vez às idéias de Durkheim.
Em Educação e Sociologia, Durkheim afirma que a educação é um processo uno e múltiplo ao mesmo tempo. Uno porque tende transmitir princípios e conhecimentos necessários a todos os indivíduos que compõem uma sociedade e múltipla porque as pessoas ocupam diferentes lugares e desempenham diferentes funções. Assim, na perspectiva deste autor, a educação teria uma dimensão geral e outra particular, relacionadas no sentido de que ambas são essenciais para a organização social.
Entendemos que é um erro transpor para a contemporaneidade o pensamento de um autor do século XIX. De acordo com Marc Bloch, importante historiador do século XX, é equivocado considerar que estudar o passado pode fornecer-nos subsídios para resolvermos os problemas do presente. Contudo, autores clássicos, como Durkheim, podem nos ajudar a refletir sobre o homem e a sociedade naquilo que têm de essencial.
Deste modo, considerando o grande avanço tecnológico alcançado, observamos que a relação entre educação, mídia e formação humana é fundamental. Contudo, para os propósitos deste texto, ressaltamos um aspecto particular: a importância de não esquecermos a dimensão humanizadora do processo educativo.
Para isso, recorremos a um clássico do pensamento ocidental: Tomás de Aquino. Compreendemos que as idéias deste teólogo dominicano do século XIII pode nos ajudar a refletir sobre a formação humana.
Terezinha Oliveira afirma que Tomás de Aquino foi um pensador preocupado com a organização da cidade no século XIII. Por isso, discutiu, por exemplo, sobre a necessidade de os homens aprenderem a ser caridosos para o bem viver na cidade, caracterizada pela diversidade. Por isso, há em Tomás de Aquino a preocupação com a formação do homem em sua totalidade.
De acordo com Etienne Gilson, este teólogo buscou em Aristóteles a idéia de que o homem é uma totalidade de corpo e alma, de intelecto e de vontade. Além disso, acreditava também que o ser humano não nasce pronto e acabado. O homem é, pois, um animal que precisa ser educado para tornar-se homem.
Em Do governo do príncipe, mestre Tomás afirma, fundamentado em Aristóteles, que o homem tem que recorrer à razão para garantir sua sobrevivência, pois não é naturalmente dotado dos recursos para esta tarefa. Deste modo, o conhecimento é essencial para o homem, para que possa viabilizar a própria existência. Porém, o homem não nasce com o conhecimento, como ressaltamos acima.
Nesse sentido, podemos verificar que, de acordo com mestre Tomás, a educação adquire um caráter humanizador, no sentido de que este processo proporciona ao homem o movimento pelo qual pode desenvolver a razão, o conhecimento.
Sabemos que o homem de que fala o teólogo/filósofo é o homem citadino do século XIII, mas as sua reflexões nos remetem às questões mais amplas sobre a formação humana.
Assim, devemos pensar sobre o homem que queremos para a sociedade contemporânea, marcada pelo grande desenvolvimento técnico. Entendemos que este processo de aprimoramento tecnológico não deve absorver a importância de uma educação voltada para a humanização, compreendida como a formação do homem em sua totalidade. RAFAEL SANTIN
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